domingo, 25 de novembro de 2012

Um compromisso com a vida

       No processo de conquista efetuada pelos europeus, os antigos habitantes das terras, que hoje é conhecida como América, foram chamados de índios por estes, por sua vez chegaram nestas terras por volta de 1492.
     Na busca interminável de uma nova rota para os Índias, localizada na Ásia, os europeus encontraram a América. Pensando ter encontrado às Índias, os habitantes destas terras foram denominados "Índios".
Vinte anos atrás, em 1988, o povo brasileiro manifestou o respeito pela natureza pluriétnica e pluricultural do país. A Constituição Federal reconheceu que a diversidade de visões e de modos de vida dos povos que
aqui vivem deveria ser respeitada e sua sobrevivência garantida. Esta vontade, no entanto, não se transformou em fato. Ao contrário, os ataques contra os indígenas seguem sendo praticados pelo Estado, por grupos e indivíduos.
     Mais que isso, o Estado e toda a sociedade devem transformar sua percepção sobre os povos indígenas. Eles não podem ser vistos e tratados como um estorvo. Deve-se valorizar profundamente a contribuição da matriz indígena para a formação da identidade nacional e o modo sustentável dos povos indígenas de convivência com a natureza.

Da mesma forma, o Estado precisa considerar os indígenas ao programar o crescimento do país. Isso não ocorre quando cerca de 450 projetos de infra-estrutura incidem em terras indígenas, sem que seus
habitantes sejam devidamente consultados. A presença dos povos indígenas se torna um empecilho para os que buscam um desenvolvimento que favorece apenas as grandes empresas e o agronegócio, exigindo liberação de terras para o cultivo de monoculturas. Por outro lado, é valorizada pelos
que buscam um desenvolvimento orientado para a vida, a paz, a preservação ambiental, o respeito ao outro e o bem-estar social.
"Diante do lamentável retrato das violências, a sociedade brasileira precisa assumir o compromisso de garantir um futuro digno para todos os povos indígenas do país. um futuro onde as crianças não encontrem a morte na ausência de médicos e remédios e os jovens não busquem a morte como forma de escapar da realidade. Um futuro onde haja vida plena, onde haja uma terra sem males.

Por:  Richard P. Mello


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